Maria Domingas Mazzarello

Festa: 13 de maio

Madre Mazzarello

País: Itália

Festa: 13 de maio

Nasceu no dia: 09/05/1837

Faleceu em: 14/05/1881

Maria Domingas Mazzarello nasceu em Mornese, norte da Itália, em 9 de maio de 1837, sendo a primeira de dez filhos de José Mazzarello e Maria Madalena Calcagno. Desde jovem, ajudou a cuidar dos irmãos e das tarefas domésticas. Destacou-se nas aulas de catecismo e fez sua primeira comunhão em 1850. Demonstrou caráter forte e espírito de liderança ao trabalhar nos vinhedos com o pai. Em 1860, uma epidemia de tifo assolou Mornese, e Maria ajudou sua família e os outros doentes, mas ela também acabou adoecendo. Com sua saúde prejudicada, decidiu aprender a costurar e ensinou o ofício às jovens da cidade. Junto com sua amiga Petronilla, montou uma sala de costura que se tornou um lar para várias meninas. Maria se dedicou ao treinamento delas na virtude, transformando as aulas de costura em lições valiosas. Certo dia, ao caminhar pela colina de Bargo Alto, teve uma visão de um edifício com muitas meninas brincando e ouviu uma mensagem para cuidar delas. Esse momento inspirou-a a acolher mais meninas e expandir suas iniciativas educacionais. Em 1864, Dom Bosco visitou Mornese e ficou impressionado com o trabalho de Maria e Petronilla. Propôs a fundação de um instituto feminino semelhante ao que ele criara para meninos. Em 5 de agosto de 1872, Maria Mazzarello e outras dez jovens emitiram seus votos religiosos e se consagraram a Deus na Capela do Colégio. Maria sempre se empenhou na animação das comunidades de Irmãs e na educação de crianças, adolescentes e jovens. Ela promoveu a união entre todas e abriu novas casas na Itália e em outros lugares. Madre Mazzarello faleceu em 14 de maio de 1881, aos 44 anos, mas seu legado continua vivo nas Filhas de Maria Auxiliadora, presentes nos cinco continentes, dedicadas ao espaço-educação e fiéis ao carisma da fundação e à missão dentro da Igreja. Sua breve vida permanece como uma chama de amor contagiante que ilumina a Família Religiosa até os dias atuais.

O itinerário histórico-biográfico de Maria Domingas Mazzarello é relativamente curto (44 anos) e pode ser dividido em quatro etapas marcadas por um amadurecimento particular na vida cristã e consagrada.

A primeira etapa abrange treze anos, desde o seu nascimento em Mornese, no Alto Monferrato, em 9 de maio de 1837, até sua Primeira Comunhão (1850). Filha de José e Madalena Calcagno, Maria era a mais velha de dez irmãos. O grupo familiar, rico em relações interpessoais, muito ligado à terra, variou em idade, ocupações e responsabilidades, assim como a proximidade com os outros habitantes do bairro dos Mazzarelli, teve um impacto positivo na personalidade de Maria, desenvolvendo nela uma aptidão para o diálogo e a comunicação. Estes anos foram passados em um ambiente familiar caracterizado por uma sólida vida cristã e um incansável trabalho agrícola. Na família, ela foi formada para um profundo senso de Deus, para uma incansável capacidade de trabalho e para aquele senso marcado de praticidade e profundidade de julgamento que mais tarde ela manifestaria também como Superiora.

Inteligente, volitiva e dotada de uma rica afetividade, Maria Domingas abriu-se à fé acompanhada pelos pais e pelo seu sábio diretor espiritual, P. Domingos Pestarino. Ela era uma simples camponesa, mas sabia descobrir o segredo do Criador na beleza da natureza, sabia superar a fadiga do trabalho diário no campo, cantando com alegria a Deus que faz a semente semeada no sulco frutificar e faz os brotos da videira amadurecerem em cachos túrgidos para alegrar o coração humano. Ela é uma mulher jovem, forte no corpo, mas ainda mais forte no espírito. Viveu plenamente a sua juventude e soube fazer dela um presente constante e sereno para todos: em sua família, no ambiente em que viveu, para seus amigos, para as jovens mães que se voltaram para ela em busca de conselhos e opiniões. Em 1849 a família mudou-se para uma colina perto de Mornese, chamada Valponasca, uma propriedade isolada com amplos horizontes.

José Mazzarello, pai de Maria, arrendou a casa com a terra ao redor e todos eles começaram a viver juntos ali. A casa é grande, capaz de acomodar a família em crescimento que precisa de espaço. É aqui em Valponasca que se encontra um lugar significativo: a janela do quarto de Maria Domingas, testemunha silenciosa de muitas reuniões, de longas horas de oração. Todas as noites Maria convidava a família a rezar o terço neste lugar, de onde se pode ver à distância a paróquia e a cidade. Maria é uma menina como muitas outras: cheia de energia, animada, inteligente. Ela percorria os caminhos dos vinhedos para ir ao catecismo em Mornese e assistir à primeira missa da paróquia. Maria Domingas sentiu uma forte atração pela presença eucarística de Jesus e não mediu sacrifícios para encontrá-lo. Cristo é a fonte e o propósito da sua existência. Durante o dia ela trabalha no vinhedo com seu pai, com uma energia imbatível, e em ações repetidas e pacientes ela coloca todo o amor de que é capaz. O vinhedo requer um cuidado atento e contínuo, um exercício que dia após dia molda a sua personalidade.

Na segunda etapa (1850-1860) houve uma interiorização particular da fé a partir do encontro eucarístico, que a levou a oferecer a sua juventude ao Senhor com o voto de virgindade e a participar intensamente da vida paroquial, especialmente através da União das Filhas de Santa Maria Imaculada, abrindo-se ao apostolado das meninas da cidade. Aos 23 anos de idade, a epidemia de tifo fez com que o povo se sentisse afetado. O Padre Pestarino, seu diretor espiritual, lhe disse: “Vá e ajude seus parentes doentes”. Havia o perigo de contrair a doença, mas a generosidade a impulsionou a ser voluntária para o bem. A doença a atingiu de forma violenta e séria; deixou-a sem forças, quase sem vontade de viver! Todos os sonhos do futuro pareciam desaparecer. Mas a sua forte fé se abriu para a voz de Deus que ela aceitou com inteligência, descobrindo uma nova maneira de fazer o bem.

A experiência da doença e da fragilidade física, que a levou à beira da morte, teve nela uma profunda ressonância espiritual e aprofundou seu abandono em Deus. Assim, ela se dedicou à educação das meninas da cidade mediante uma oficina de costura, um oratório festivo e um lar para meninas sem família, para ensinar as meninas a trabalhar, rezar e amar a Deus. Da enxada à agulha. Ela se tornou costureira para ajudar as meninas a aprender um ofício e assim ser capaz de se aproximar delas e torná-las boas cristãs. Um dia, algo estranho aconteceu com ela. Ela estava caminhando por um caminho na colina de Borgo Alto, quando “parecia ter visto um grande prédio com toda a aparência externa de um colégio interno com muitas meninas pequenas. Ela parou e olhou para ele com espanto e disse para si mesma: Como isso é possível? Nunca existiu aqui um palácio. O que está acontecendo? E ela ouviu uma voz dizer: eu as confio a você”. É um instante. Tudo desaparece. Graças à sua intensa participação nos sacramentos e sob a sábia e iluminada orientação do P. Domingos Pestarino, ela fez grandes progressos em sua vida espiritual.

Na terceira etapa (1860-1872) Maria Mazzarello viu-se cada vez mais aberta ao plano de Deus para ela, que descobre no encontro com São João Bosco (1864) a resposta mais completa às suas intenções apostólicas. Por ocasião da visita de Dom Bosco a Mornese (8 de outubro de 1864) ela disse: “Dom Bosco é um santo e eu o sinto”. Juntos iniciaram no dia 5 de agosto de 1872 uma nova família religiosa na Igreja para o bem das jovens, da qual Dom Bosco foi fundador e Maria Domingas cofundadora: o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. Nesse dia, na antiga capela do colégio, Maria Domingas e as primeiras 11 Filhas de Maria Auxiliadora fizeram a primeira profissão na presença do Bispo de Acqui, Dom Sciandra, e de Dom Bosco. Quatro jovens iniciarão o seu noviciado. Como Dom Bosco, Ir. Maria Mazzarello encontrou em Maria Auxiliadora a Mestra e Mãe um sinal do amor de Deus entre as jovens. Ainda hoje permanecem como lembranças dos primeiros dias: o poço no pátio, sinal do espírito das origens, onde a pobreza era vivida com um sorriso, o trabalho duro era feito de corresponsabilidade e as relações eram simples e abertas; a sala que Maria Domingas Mazzarello utilizou durante sete anos, de 1872 a 1879.

Na quarta etapa, a última da sua vida (1872-1881), Ir. Maria Domingas Mazzarello exerceu a sua maternidade espiritual através da formação das irmãs, das numerosas viagens empreendidas para visitar as novas fundações, do aumento e expansão missionária do Instituto, da palavra escrita e da doação diária da sua vida, consumida no exercício da “caridade paciente e benigna”. Como superiora, demonstrou ser uma formadora hábil e mestra de vida espiritual; teve o carisma de uma alegria serena e tranquilizadora, irradiando alegria e envolvendo outras jovens mulheres no compromisso de se dedicarem à educação das mulheres jovens e adultas.

O Instituto desenvolveu-se rapidamente. Em 4 de fevereiro de 1879 Madre Mazzarello mudou-se para Nizza Monferrato. Foi uma grande separação ter de deixar Mornese, mas foi para o bem do Instituto porque, dada a rápida expansão do trabalho, houve necessidade de maior facilidade na comunicação e nos contatos. Nesta casa Maria Domingas Mazzarello viveu os últimos dois anos da sua vida, marcados por uma atividade incansável: cartas, viagens, reuniões, preparação das irmãs missionárias, novas fundações; todos compromissos que não lhe concedem trégua.

Maria Mazzarello morreu em Nizza Monferrato no dia 14 de maio de 1881, deixando às suas filhas uma sólida tradição educativa permeada de valores evangélicos: a busca de Deus conhecida através de uma catequese iluminada e de um amor ardente, responsabilidade no trabalho, abertura e humildade, austeridade de vida e alegre doação de si. Deus deu-lhe o dom do discernimento e fez dela uma mulher simples e sábia.

O testemunho de Maria Domingas Mazzarello lembra-nos que a santidade é possível, é quotidiana, que podemos vivê-la e fazê-la brilhar ao nosso redor caminhando no sulco da fé. Não nascemos santos, mas nos tornamos santos respondendo à graça de Deus, escutando as pessoas que Ele coloca ao nosso lado e falando a Deus em oração. Ela era uma mulher de grande fé que soube reconhecer a presença de Jesus na Eucaristia e no rosto dos pobres, das alunas e das Irmãs, exortando-as a amar a todos não só com palavras, mas com exemplos e ações. Na comunidade animada por Ir. Maria Domingas, a atmosfera acolhedora e a franca humanidade das relações harmonizadas com uma fé simples e profunda na presença de Deus deram um tom inconfundível ao ambiente. Dom Bosco em uma de suas cartas escritas de Mornese alude a esta atmosfera espiritual com expressões incisivas: “Aqui está muito frio, embora haja muito calor do amor de Deus”.

À sua morte, o Instituto já contava com 165 irmãs e 65 noviças presentes em 28 casas (19 na Itália, 3 na França e 6 na América).

Ela foi beatificada por Pio XI em 1938 e canonizada por Pio XII em 24 de junho de 1951.

Ó Santa Maria Domingas Mazzarello que foste sempre fiel aos compromissos do Batismo, ajuda-nos também a cumprir, dia após dia, a nossa vocação cristã. Obtém-nos crer na paternidade de Deus em todas as situações da vida e caminhar na Sua presença servindo-O em nossos irmãos e irmãs com um coração humilde, desprendidos dos bens deste mundo que passa. Ajuda-nos a ser sempre sinceros com Deus, conosco mesmos e com nosso próximo, vivendo o nosso dia-a-dia na alegria radiante da esperança. Possa assim a nossa vida, sob a orientação materna de Maria Auxiliadora, ser, como a tua, um ato contínuo de amor, para a glória do Pai e a salvação de nossos irmãos e irmãs. Amém.