Beata Laura Vicuña

Festa: 22 de janeiro

Laura Vicuña

País: Chile

Festa: 22 de janeiro

Nasceu no dia: 05/04/1891

Faleceu em: 22/01/1904

Esta adolescente foi beatificada pelo papa São João Paulo II em 3 de setembro de 1988 durante o ano centenário da morte de Dom Bosco, na “Colina das Bem-aventuranças da Juventude”, perto de Castelnuovo Dom Bosco, como testemunha da fecundidade do carisma educativo do Santo da Juventude. Um período de treze anos de vida é fácil de narrar; é mais difícil compreender o segredo que tornou heroica uma existência tão curta. Laura Carmen Vicuña nasceu em Santiago, Chile, em 5 de abril de 1891, de José Domingos e Mercedes Pino. Os Vicuña, nobre família chilena, foram forçados ao exílio devido a uma revolução. A família toda mudou-se para Temuco e, de repente, viu-se em situação triste e precária após a morte do pai em 1893. Alguns meses mais tarde, nasceu uma segunda menina, Júlia Amanda. A mãe que ficara sozinha com duas filhas e precisou superar a fome e o desespero. Mercedes foi forçada a ir com suas duas filhas para a Argentina chegando a Junín de los Andes.

22 de janeiro – Bem-aventurada Laura Vicuña

Esta adolescente foi beatificada pelo papa São João Paulo II em 3 de setembro de 1988 durante o ano centenário da morte de Dom Bosco, na “Colina das Bem-aventuranças da Juventude”, perto de Castelnuovo Dom Bosco, como testemunha da fecundidade do carisma educativo do Santo da Juventude. Um período de treze anos de vida é fácil de narrar; é mais difícil compreender o segredo que tornou heroica uma existência tão curta.

Laura Carmen Vicuña nasceu em Santiago, Chile, em 5 de abril de 1891, de José Domingos e Mercedes Pino. Os Vicuña, nobre família chilena, foram forçados ao exílio devido a uma revolução. A família toda mudou-se para Temuco e, de repente, viu-se em situação triste e precária após a morte do pai em 1893. Alguns meses mais tarde, nasceu uma segunda menina, Júlia Amanda. A mãe que ficara sozinha com duas filhas e precisou superar a fome e o desespero. Mercedes foi forçada a ir com suas duas filhas para a Argentina chegando a Junín de los Andes.

Em 1899, o restante da família mudou-se para a vizinha região argentina de Neuquén. A mãe conseguiu encontrar trabalho na fazenda de Manuel Mora, um dos muitos colonizadores que haviam empreendido a exploração de terras não cultivadas da Patagônia. Após a pressão do empregador, ela se tornou sua companheira. Isso teve um impacto negativo sobre a educação das duas meninas. Laura, embora ainda criança, percebeu a condição moral e religiosa de sua mãe. Apesar disso, a mãe nunca abandonou completamente suas filhas e tentou, na medida do possível, educá-las religiosamente. A fim de proporcionar-lhes uma educação adequada e contínua, confiou-as em janeiro de 1900 a um pequeno colégio missionário dirigido pelas Filhas de Maria Auxiliadora, localizado em Junín de los Andes, na fronteira com o Chile. Ao entregá-las à diretora, a mãe lhe assegurou: “Elas nunca me causaram problemas”.

Desde a infância, Laura sempre foi obediente e submissa. Nesse ambiente, ela sentiu-se imediatamente à vontade. Uma nova página abria-se na vida da menina: nos quatro anos que lhe restavam de vida, ela aprenderia o segredo da santidade. Comprovou ser uma aluna modelo, comprometida com a oração, atenta às instruções das Irmãs, disponível às companheiras, sempre alegre e pronta para qualquer sacrifício.

Entrou na Associação das Filhas de Maria e, quando uma Irmã explicou o sacramento do matrimônio durante o catecismo, Laura percebeu a situação de pecado da mãe e de repente desmaiou. Ela também entendeu porque durante as férias na fazenda sua mãe a fazia rezar em segredo, e porque não se aproximava dos sacramentos. A partir de então Laura aumentou suas orações e sacrifícios pela conversão da mãe. Em 2 de junho de 1901, ela recebeu a Primeira Comunhão, mas naquele dia o seu sofrimento tornou-se ainda mais profundo ao ver sua mãe não receber os sacramentos. E deixava de rezar intensamente pela conclusão pacífica daquela relação.

Infelizmente, sua esperança não foi realizada, o que não impediu que essa experiência fosse decisiva para provocar uma grande mudança em sua vida, que foi descrita da seguinte forma: “A partir daquele dia, notamos nela um progresso real e sólido”. No dia de sua Primeira Comunhão ela escreveu algumas intenções, muito semelhantes às do aluno de Dom Bosco, Domingos Sávio: “Ó meu Deus, quero amar-te e servir-te toda a minha vida; por isso te entrego a minha alma, o meu coração, todo o meu ser. Eu quero morrer em vez de ofendê-lo com o pecado; portanto, pretendo mortificar-me em tudo o que me poderia afastar de ti. Proponho fazer tudo o que sei e posso para que sejas conhecido e amado, e para reparar as ofensas que recebes todos os dias dos homens, especialmente das pessoas da minha família. Meu Deus, dá-me uma vida de amor, mortificação e sacrifício”. Com estas intenções, Laura abandonou-se totalmente ao Senhor para obter a conversão de sua mãe, e as Filhas de Maria Auxiliadora não demoraram a entender que estavam lidando com uma menina excepcional.

Desde o primeiro ano no internato, ela distinguiu-se pela aplicação voluntária aos estudos e pela intensidade de sua vida interior. No segundo ano, as irmãs Vicuña foram enviadas de férias, mas Laura foi afetada negativamente pelo impacto com o convivente da mãe. Ela sofria até o fundo da alma, o que não era aparente, exceto em momentos de maior amargura. Uma dessas ocasiões foi, por exemplo, a não participação de sua mãe na missão popular pregada em Junín de los Andes. No ano seguinte, as duas irmãs se juntaram novamente à mãe em Quilquihué durante as férias. Mora demonstrou um interesse excessivo por Laura, que prontamente o percebeu e colocou uma couraça para combater suas más intenções. Mora reagiu com crueldade e vingou-se recusando a pagar as mensalidades escolares. Por compaixão e compreensão, a diretora acolheu as duas meninas da mesma forma.

Em 29 de março de 1902 as duas irmãzinhas receberam a Crisma, com sua mãe presente, que, porém, perseverou na abstenção dos sacramentos. Nessa ocasião, Laura pediu para ser admitida entre as postulantes das Filhas de Maria Auxiliadora, mas recebeu uma resposta negativa por causa da situação familiar. Ela teve que se resignar, mas não desistiu da sua intenção. De fato, no mês seguinte, fez em particular os votos de castidade, pobreza e obediência, consagrando-se assim a Jesus e oferecendo-lhe a sua vida. Seu primeiro biógrafo P. Crestanello relata: “Laura sofreu no segredo do seu coração […]. Certo dia ela decidiu oferecer sua vida e aceitar voluntariamente a morte em troca da salvação de sua mãe. Ela até me pediu para abençoar este seu ardente desejo. Eu hesitei por muito tempo”.

Os eventos se desdobraram de acordo com esta lógica. No final do ano, surgiu em Laura um ligeiro declínio físico. Ela passou todo o ano seguinte confinada no internato e em setembro de 1903 não pôde nem mesmo participar dos exercícios espirituais, tendo sua saúde se tornado muito precária. Ela tentou uma mudança de clima, voltando para sua mãe, o que não se mostrou muito saudável. Então, voltou para Junín e sua mãe também se mudou para lá, alojando-se privadamente.

Em janeiro de 1904, Mora foi visitá-las, com a intenção de passar a noite na mesma casa. “Se ele ficar aqui, irei para o colégio das irmãs”, ameaçou Laura, escandalizada, e assim ela fez, apesar de estar debilitada pela doença. Mora perseguiu-a e quando a alcançou, espancou-a violentamente deixando-a traumatizada.

Em 22 de janeiro ela recebeu o Viático e, naquela noite, chamou sua mãe para lhe contar seu grande sonho: “Mãe, eu estou morrendo! Eu mesma pedi a Jesus. Há quase dois anos ofereço-Lhe minha vida por ti, para obter a graça do teu retorno à fé. Mãe, antes de morrer, não terei a alegria de vê-la arrependida?” A mãe, então, prometeu mudar completamente de vida. Laura pôde expirar serenamente depois de pronunciar estas últimas palavras alegres: “Obrigado, Jesus! Obrigado, Maria! Agora eu morro feliz”. No funeral, sua mãe retornou aos sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia.

Venerável em 5 de junho de 1966, foi beatificada em 3 de setembro de 1988 pelo papa João Paulo II

Pai de imensa ternura, que na adolescente Laura Vicuña unistes de modo admirável a fortaleza de ânimo e o candor da inocência, dai-nos, por sua intercessão, a coragem de superar as provas da vida e de testemunhar ao mundo a bem-aventurança dos puros de coração. Amém.