As Constituições assim se expressam: “De Dom Bosco origina-se
vasto movimento de pessoas que, de várias maneiras, trabalham para
a salvação da juventude” (Const. 5). Ele próprio, além da Sociedade
de São Francisco de Sales, fundou o Instituto das Filhas de Maria
Auxiliadora, a Associação dos Salesianos Cooperadores e a Associação
dos Devotos de Maria Auxiliadora.
Hoje, são 32 os Grupos da Família Salesiana. Vivendo o mesmo espírito
e em comunhão entre si, continuam, com vocações específicas, a
missão que ele iniciou.
Nela, por vontade do Fundador, os Salesianos têm responsabilidades
especiais: “manter a unidade do espírito e estimular o diálogo e a
colaboração fraterna para mútuo enriquecimento e maior fecundidade
apostólica”.
Os ex-alunos participam dela em razão da educação recebida. Sua
pertença torna-se mais estreita quando se comprometem em
participar da missão salesiana (Const. 5). Não se trata apenas de uma aos frutos concretos do serviço prestado pelos Salesianos à Família
Salesiana.
É dever do Inspetor e do Diretor, assistidos por seus respectivos
delegados, sensibilizar as comunidades para realizarem o seu trabalho
na Família Salesiana.
A comunidade, de acordo com os responsáveis dos vários Grupos, em
espírito de serviço e respeitando a sua autonomia:
• oferece assistência espiritual;
• promove reuniões;
• favorece a colaboração educativo-pastoral;
• cultiva um trabalho comum pela vocações.
A fim de cumprir os compromissos elencados, foi criado um
secretariado específico para a Família Salesiana.
Recorde-se que o acompanhamento dos Salesianos de Dom Bosco
em relação à Família Salesiana não abrange todas as formas de
animação. Longe de constituir um monopólio, deixa amplo espaço para os outros
Grupos desenvolverem a própria autonomia e corresponsabilidade
carismática sendo, por sua vez, reciprocamente animadores.
À morte de Dom Bosco, a Congregação contava com 773 professos
e 276 noviços. Hoje, os Salesianos de Dom Bosco são 14.614,
distribuídos em 132 países do mundo nos 5 continentes.
A Sociedade Salesiana organiza-se em Comunidades Inspetoriais
que, por sua vez, se articulam em comunidades locais. Desde 1965,
as Inspetorias estão agrupadas em Regiões, que garantem a ligação
entre o Governo Central e as Inspetorias. As Regiões, reorganizadas
durante o Capítulo Geral de 2014, são sete: Europa Mediterrânea (que
inclui também o Oriente Médio); Europa Centro e Norte (incluindo
as Ilhas Britânicas); Interamérica (América do Pacífico, Central e do
Norte); América Cone Sul; Ásia Sul (Índia e Sri Lanka); Ásia Este e Oceania (China, Japão, Filipinas, Sudeste Asiático, Austrália); África e
Madagascar.
O Reitor-Mor, Superior da Sociedade Salesiana, é o sucessor de Dom
Bosco, Pai e Centro de Unidade da Família Salesiana.
Missão e atividade
O artigo 6 das Constituições indica os seguintes setores da missão
salesiana: “Fiéis aos compromissos que Dom Bosco nos transmitiu, somos
evangelizadores dos jovens, especialmente dos mais pobres; cultivamos
de modo particular as vocações apostólicas; somos educadores da fé nos
ambientes populares, em particular com a comunicação social; anunciamos
o Evangelho aos povos que não o conhecem”.
As atividades às quais os Salesianos de Dom Bosco dão atenção são
estas:
• Diretamente educativas: oratórios e centros juvenis, escolas
de diferentes graus e centros profissionais, internatos e casas
para jovens em dificuldade, universidades, catequese e centros
pastorais. Os jovens são os primeiros e privilegiados destinatários
da obra salesiana.
• Diretamente evangelizadoras: as paróquias confiadas aos
salesianos são cerca de 1000. A Congregação nasceu de um
“catecismo” e faz sua a nova evangelização no mundo moderno.
• Diretamente missionárias: há cerca de 3000 salesianos
trabalhando em contexto missionário em vários territórios
missionários de todos os continentes.
O caminho da Congregação é traçado por seus Capítulos Gerais.
Se nos perguntarmos quais são os desafios que se apresentam
hoje, o Capítulo Geral 28 aponta em três direções. A primeira é o da
prioridade da missão salesiana entre os jovens de hoje.
Os SDB sentem um forte apelo para retornar mais uma vez aos
verdadeiros pobres do mundo e continuar a apostar fortemente neles
nos lugares e presenças em que já estão trabalhando. São chamados
a sintonizar-se com tantos adolescentes e jovens que pedem para
não os deixarem sozinhos, mas serem acompanhados: jovens com
famílias estruturadas ou desestruturadas, que precisam da presença
de um educador e de um amigo para a sua vida e a de suas famílias. Esse desafio é um convite a abrir os olhos e estar atentos, antes
de tudo, às necessidades dos adolescentes e jovens, que pela
linguagem e compreensão pertencem ao mundo digital; e, ainda,
da atenção e respeito ao Criado e ao tema do Voluntariado.
Um segundo desafio, intimamente ligado ao primeiro, é o do perfil
do Salesiano para os jovens de hoje. Os SDB voltam de novo o
seu olhar para Dom Bosco porque ele é o seu modelo. Dom Bosco
é um dom carismático, vivo, atuante e voltado para o futuro. O
compromisso dos SDB é tornar sempre vez mais viva a experiência
de Dom Bosco, com a sua característica de unidade da sua pessoa,
da sua vida e do seu trabalho, a admirável harmonia entre graça
e natureza. É um desafio que provoca outros temas, como por
exemplo, o tema da “vocação e formação”, ou seja, ver e planejar
a formação como resposta permanente ao chamado de Deus.
Associado a este, há o tema da “missão” e “comunhão”, ou seja,
viver a missão como comunidade educativo-pastoral.
Um terceiro desafio é o da colaboração com a Família Salesiana
e os leigos na missão e na formação. É um tema sobre o qual o
Documento Final do Sínodo sobre Os jovens, a Fé e o Discernimento
Vocacional insistiu muito. Reciprocidade, participação e formação
conjunta são alguns dos temas que os SDB são chamados a
aprofundar, para que o rosto de Dom Bosco hoje seja sempre mais
atento e conectado com o tempo e a história.
Estes são desafios que ajudam toda a Congregação a delinear e
aprofundar, na medida do possível, o “perfil do Salesiano”: alguém
preparado para viver a missão salesiana com muitos leigos. Juntos,
serão capazes de dar respostas aos jovens de hoje, a todos os
jovens, especialmente os mais pobres e necessitados, aqueles que
são, ou se sentem, excluídos e rejeitados, os mais frágeis e privados
de direitos fundamentais